Municípios do Extremo Sul podem ter limite territorial revisto
Por Nilson Chaves
Representantes
de três municípios da região Extremo Sul; o coordenador do Território de Identidade
Extremo Sul, Pedro dos Anjos; a representante da SEI – Superintendência de
Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, Lívia Ribas; e o pesquisador da Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – Manuel Lamartin Montes;
participaram de uma reunião na manhã desta quarta-feira (30/05) na sala de
reuniões do Centro Administrativo de Itamaraju (CEADI) para discutir, no âmbito
dos três municípios, o que foi proposto pela Lei Estadual 12.057/2011 (também
conhecida como Lei João Bonfim) que dispõe sobre a atualização das divisas
intermunicipais do estado da Bahia.
Representaram
os municípios de Itamaraju, Jucuruçu e Prado, respectivamente; o secretário de
Governo - Luciano Reis Porto; o secretário de Meio Ambiente - Nilton Bonfim; e o
Advogado - Esterfeson Fontes Marcial. De acordo com Manuel Lamartin Montes, o trabalho,
que pode modificar os limites territoriais de vários municípios, foi feito com
base nos estudos elaborados pela Superintendência de Estudos Econômicos e
Sociais (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan), em parceria
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Comissão
Especial de Assuntos Territoriais e Emancipação da Assembléia Legislativa da
Bahia. Ainda segundo ele, o trabalho vai dar fruto a um Projeto de Lei que será
aprovado na AL e sancionado pelo Governador Jaques Wagner.
Lamartin
também informou que equipes mistas, formadas por técnicos do IBGE e da SEI,
estão percorrendo todos os Territórios de Identidade do estado, “o objetivo macro
é criar condições administrativas melhores para os municípios e para o estado”,
disse, acrescentando que o último processo de atualização foi feito em 1953, há
quase 60 anos, quando a Bahia possuía apenas 150 cidades. Para o técnico do
IBGE, a comunidade deve ter consciência do município ao qual pertence, isso é o
fator primordial para que esta mesma comunidade não fique desassistida pelo
poder público.
Para
o secretário Luciano Porto, de Itamaraju, entre os problemas que podem ser
resolvidos com essa revisão dos limites territoriais estão à questão da Fazenda
Colatina, que pertencia à empresa Fíbria, hoje está ocupada por trabalhadores
do MST e deve se tornar um assentamento. Essa fazenda tem grande parte de sua
área localizada no município de Prado, mas é Itamaraju quem tem dado assistência
aos acampados do local, prestando atendimento médico e acesso a Educação às
famílias dos acampados, que, em sua maioria, têm vínculo com o município de
Itamaraju.
A
Fazenda Fibrasa, por sua vez, que inclusive já se predispôs a doar uma área
para o município, é uma empresa de Itamaraju, mas tem a maior parte de sua área
nos territórios pradense e veredense.
Entretanto,
a situação mais gritante é a do Assentamento Corte Grande, que apesar de estar
em território pradense, é atendido pelo município de Itamaraju com assistência
a saúde e Educação, além das obras de infraestrutura.
Na
última terça-feira, gestores públicos, organizações da sociedade civil,
empresários e comunicadores dos Territórios de Identidade Costa do
Descobrimento e Extremo Sul participaram da reunião de abertura da campanha de
Atualização de Divisas Intermunicipais do Estado da Bahia. O encontro aconteceu
em Porto Seguro, às 09h, na Câmara Municipal.
Durante
a atividade foi explicada a metodologia e objetivos da Lei estadual 12.057. A
legislação previa que deveriam ser realizadas revisões territoriais de cinco em
cinco anos, mas não tinha sido realizada nenhuma até a aprovação da Lei 12.057,
de autoria do deputado estadual João Bonfim, em janeiro de 2011.
A
previsão da SEI é de que o novo mapa territorial do estado esteja concluído até
2014. Até o momento, os Territórios de Vitória da Conquista, Itapetinga e
Sertão Produtivo foram finalizados, e os Territórios do Litoral Sul e Velho
Chico tiveram os trabalhos iniciados. “O trabalho é meticuloso, extremamente
objetivo, realizado dentro da legalidade e respeitando os critérios de
imparcialidade e predomínio do interesse público. Seguimos a determinação da
Lei, que aponta a prevalência do pertencimento da população e dos limites
administrativos. O papel da SEI é elaborar tecnicamente os anteprojetos de lei
de cada território, que podem ser alterados por solicitação da Assembléia
Legislativa”, afirma o Diretor-Geral da SEI, Geraldo Reis.
Atualizar
os limites territoriais com base nos limites administrativos vigentes vai
aportar segurança jurídica para os municípios e facilitar o planejamento das
ações governamentais, os repasses de recursos federais, a realização de
serviços e obras de todos os órgãos da administração pública e a construção de
índices e dados socioeconômicos.
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