Ex-diretora do Colégio Modelo de Itamaraju assume cargo de coordenação no NRE-07 de Teixeira de Freitas

NILSON CHAVES

Casada com seu Ernesto, mãe do Mateus e do Emanuel, e, filha de seu Maurício e da professora Julia Henriqueta, a pedagoga e geógrafa Clélia Aparecida Henriqueta dos Santos Souza, 45 anos, fez questão de fazer um agradecimento especial aos colegas e colaboradores do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, durante a confraternização de fim de ano, realizada na noite de 22 de dezembro último no refeitório da própria unidade.


O agradecimento teve uma razão especial, a votação obtida (89,45% dos votos válidos) pela candidata à diretora Clélia e pelos candidatos a vices de sua chapa, Adriel Ferreira, Emanuelle Loyola e Rita de Cássia Silveira; na última eleição, num processo marcado por um grande comparecimento. Por isso o agradecimento foi estendido também aos alunos, pais de alunos e a toda a comunidade escolar do Modelo. Vale destacar que Clélia concorreu com chapa única.

Entretanto, o fato que deixou a comunidade escolar triste e feliz ao mesmo tempo, foi à notícia da nomeação da diretora eleita para um cargo de coordenação no Núcleo Regional de Educação de Teixeira de Freitas (NRE-07), antiga DIREC-09. Clélia vai assumir a Coordenação de Educação Regional. A nomeação, assinado pelo governador Rui Costa, foi publicada na edição do dia 18 de dezembro, do Diário Oficial do Estado da Bahia, no espaço reservado aos decretos simples. Clélia já se apresentou ao novo posto, mas só assumiu o cargo nesta segunda-feira (28/12).


A pedagoga, que estava como diretora do Modelo desde o último mês de julho (sendo reeleita para mais três anos) vai, a partir de agora, acompanhar de perto a execução de programas da Secretaria de Educação do Estado da Bahia como o ‘Ciência na Escola’, ‘Pacto pela Alfabetização na Idade Certa’ (junto aos municípios) e o ‘PAIP’ (Projeto de Monitoramento, Acompanhamento, Avaliação e Intervenção Pedagógica) nas 42 escolas da área de abrangência do NRE-07.

Não se sabe ainda quem deve assumir a direção do Modelo, talvez um dos vices eleitos na chapa de Clélia. Essa definição deve acontecer até o dia 15 de janeiro de 2016. Se nenhum dos vices aceitarem assumir a direção da unidade, o colegiado escolar pode escolher entre os professores da unidade, e, se também essa hipótese fracassar, o estado pode nomear um novo diretor dentro do quadro de Itamaraju, nesse caso os novos vices também seriam nomeados.

Currículo

Apesar do pouco tempo de carreira no Estado, pois iniciou sua trajetória como servidora pública do Estado no início de 2012, Clélia Henriqueta é muito conhecida no meio da Educação em Itamaraju e Prado pela sua competência e obstinação em fazer as coisas acontecerem. Já foi diretora do Colégio Modelo de Itamaraju em duas oportunidades.



Sua trajetória como educadora começou muito cedo, aos 14 anos (1984), antes mesmo de concluir o magistério, fazendo algumas substituições na Escola Municipal Cristo Redentor, depois começou a trabalhar na Escolinha Tiradentes (que funcionava na Rua José de Anchieta) da professora Sônia. Ainda sem formação, em 1987 assumiu sua primeira “sala de aula” como servidora pública do município, na Escola São Domingos. Naquela ocasião não havia concurso público e as aulas eram dadas nas casas dos moradores, porque não existia uma escola física. Dessa forma se deu o seu ingresso no quadro de servidores públicos do município de Itamaraju.

Em 1989 Clélia concluía o seu curso de Magistério no Colégio Estadual Inácio Tosta Filho e, de lá para cá, trabalhou nas escolas municipais Rui Barbosa, Duque de Caxias, Reitor Edgard Santos, Maria D’Ajuda (Marotinho), Furlan e Escola Municipal do Campo Professor Daniel Alves, próximo a Fazenda Vitória. Também no município de Itamaraju, coordenou a Educação de Jovens e Adultos, e atuou num projeto de alfabetização que tinha como foco a capacitação dos professores das séries iniciais.

Sua primeira experiência no Estado se deu entre 1998 e 1999, contratada pelo REDA para o recém-inaugurado Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães do bairro Cristo Redentor, onde deu aula de Geografia. Nessa época também lecionou na Escola Polivalente.



O curso de Pedagogia só aconteceu a partir de 2000 por meio da Rede UNEB, criada para formar professores. Dessa forma Clélia se formou com um grupo de 100 professores de Itamaraju. Depois disso foi para Portugal, onde também trabalhou como professora auxiliar na Escola Monte Mor e numa creche da cidade portuguesa onde residiu.

No vizinho município de Prado, mais precisamente no distrito de Guarani, depois de ser aprovada em concurso público, ela trabalhou no Colégio João Alves de Almeida. Unidade que teve a oportunidade de dirigir por mais de 7 anos. No mesmo distrito também trabalhou como coordenadora pedagógica (depois de aprovada em concurso público em 2006) na Escola Municipal Edla dos Santos Almeida.

Foi também a partir de 2006 que a já pedagoga cursou Licenciatura em Geografia pela FACIBA (Faculdade de Ciências da Bahia) e, depois, fez concurso do Estado sendo convocada no início de 2012. Meses depois já assumia a direção do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães. Em 2014 pediu dispensa do cargo de direção para pleitear seu enquadramento e, nesse meio tempo, assumiu a gestão do Colégio Municipal Otávio Mangabeira.



Quando beneficiada com o enquadramento, voltou à direção do Modelo em 2015 e foi eleita diretora para o próximo triênio com 89,45% dos votos válidos em eleição realizada no início deste mês de dezembro. Clélia Henriqueta é especialista em Psicopedagogia Institucional (pela Universidade Castelo Branco - RJ), Gestão Escolar e, Geografia e Meio Ambiente (pela Faculdade Vale do Cricaré - ES).

O NRE-07

Os Núcleos Regionais de Educação foram criados por meio do Decreto nº 15.806, de 30/12/2014, a partir da extinção das Diretorias Regionais de Educação (DIRECs), uma das últimas ações do Governo Wagner. No total, são 27 núcleos, presentes em todos os Territórios de Identidade da Bahia, com sedes em Irecê, Bom Jesus da Lapa, Seabra, Serrinha, Itabuna, Valença, Teixeira de Freitas, Itapetinga, Amargosa, Juazeiro, Barreiras, Macaúbas, Caetité, Itaberaba, Ipirá, Jacobina, Ribeira do Pombal, Alagoinhas, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Santo Antônio de Jesus, Jequié, Santa Maria da Vitória, Paulo Afonso, Senhor do Bonfim, Salvador e Eunápolis.

Com a mudança, a DIREC de Eunápolis passou a ser NRE-27, enquanto que a DIREC de Teixeira de Freitas passou a NRE-07. Mas, não foi só isso que mudou, a abrangência das Regionais também experimentou modificações em alguns casos. No Extremo Sul, Itamaraju e Jucuruçu, que antes da mudança se reportavam à Eunápolis, agora estão na jurisdição do NRE de Teixeira de Freitas.

Com isso, o Núcleo de Teixeira de Freitas, que tem como diretor Agnaldo Leal Pereira, passou a contar com treze municípios em sua área de abrangência (Alcobaça, Caravelas, Ibirapuã, Itamaraju, Itanhém, Jucuruçu, Lajedão, Medeiros Neto, Mucuri, Nova Viçosa, Prado, Teixeira de Freitas e Vereda), contra 11 da antiga DIREC-09. Já o NRE-27 de Eunápolis, cujo a diretora é Ozanir Aldereti Fernandes Dela Libera, responde agora por oito municípios (Itapebi, Eunapolis, Guaratinga, Itabela, Itagimirim, Porto Seguro, Santa Cruz Cabralia, Belmonte).



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ibama acompanha o manejo do pirarucu na reserva Mamirauá, no Amazonas‏

MPT obtém liminar para fechar empresa com surto de covid-19 em Eunápolis

Escolas da rede pública abrilhantam o 7 de setembro em Itamaraju