Itamaraju: Secretários afirmam que greve da APLB/Sindicato não é justa

NILSON CHAVES

A greve, por tempo indeterminado, anunciada pelo Núcleo de Itamaraju da APLB/Sindicato foi recebida com estranheza, não só pelos membros da equipe do prefeito Manoel Pedro Rodrigues Soares, mas também por vários setores da sociedade. Os burburinhos ouvidos nas ruas de Itamaraju questionavam principalmente a veracidade dos benefícios já garantidos à categoria pelo atual prefeito, como pagamentos em dia, cumprimento do piso, mudanças de nível e licenças prêmio, entre outros.


Quem vê a coisa de fora imagina duas situações, ou o prefeito não está fazendo nada daquilo que está sendo anunciado, ou o sindicato está sendo extremamente injusto ao fazer uma greve sem razão, passando por cima do interesse maior, que é o da categoria. Sem muita informação do que realmente está acontecendo, algumas pessoas afirmam que a greve é porque os salários estão atrasados, outros dizem que é porque o município não está cumprindo o piso nacional da categoria. Essas seriam, verdadeiramente, razões justas para uma paralisação por tempo indeterminado, entretanto, nada disso está acontecendo.

Por que então a APLB/Sindicato resolveu deflagrar greve? Existem motivos plausíveis e inquestionáveis que justifiquem essa paralisação? Os professores têm certeza de que esse movimento grevista é justo? E quanto aos alunos, é justo que eles fiquem sem estudar porque o sindicato resolveu adotar uma postura extrema e radical sem antes conversar?

No final da manhã desta segunda-feira, dia 9 de fevereiro, data em que estava programado o início das aulas em todas as escolas da Rede Pública Municipal, os diretores, vice-diretores e coordenadores das escolas municipais foram convidados para uma reunião no Centro Administrativo de Itamaraju (CEADI). O objetivo da reunião foi esclarecer os fatos para os gestores escolares, até porque, nem os diretores estavam entendendo o que acontece.

Além dos diretores, vices e coordenadores, estavam presentes os secretários municipais Marcos Aurélio Rodrigues Teixeira (Administração), Lucilene Curvelo (Finanças) e Dilce Moura (Educação), e, o procurador do município, advogado Esterfeson Fontes Marcial. 

Dilce se disse surpresa com a paralisação, “não existe motivação para uma greve, os salários estão atualizados e em dia, o 13º foi pago em dia, pagamos as férias agora em janeiro, pagamos licença prêmio integral, por isso, eu só posso acreditar que a motivação foi política”, enfatiza.

Dr Marcos Aurélio afirmou que a greve não é legal, porque a PMI e a Secretaria Municipal de Educação não foram comunicadas da paralisação. De acordo com o titular da Administração, foi entregue uma pauta de reivindicação no final do mês de janeiro, momento em que toda a equipe da Secretaria estava mobilizada na organização da Jornada Pedagógica, “por isso não houve tempo hábil para que a secretária se reunisse com os representantes do sindicato”, justifica.



Para o procurador Esterfeson Marcial, por mais forte que seja um sindicato, ele precisa respeitar o direito alheio, “a sociedade espera de um sindicato medidas justas e posicionamentos corretos, quem educa ensina que os conflitos devem ser resolvidos por meio do diálogo e o sindicato que representa os educadores toma uma decisão unilateral sem discutir e coloca toda uma equipe em cheque com a sociedade”, dispara.

Para a secretária de Finanças, Lucilene Curvelo, os diretores, mais do que ninguém, sabem que a gestão do prefeito Manoel Pedro está comprometida com a Educação, “vocês já tiveram prova disso, as escolas estão sendo ampliadas e reformadas, a merenda escolar não falta, os pagamentos são efetuados em dia, inclusive o 13º Salário, o piso sempre foi cumprido e quando sair o novo piso vamos cumprir de imediato, pagamos todos os casos de mudança de nível deferidos pela comissão e atendemos a várias licenças-prêmios. Pela primeira vez na história de Itamaraju tivemos o pagamento de licenças feito de forma integral (três meses), então vocês sabem do comprometimento desse gestor, vocês conhecem a realidade”, pontua.


Embasada nessa realidade, Lucilene disse não compreender o porquê da greve, “o que é que está faltando? Por que o sindicato levou parte da categoria a parar?”, questiona. Os diretores demonstraram apoio aos questionamentos da secretária e deixaram claro que não concordam com a paralisação. Para justificar o movimento, a APLB/Sindicato se amparou numa pauta contendo 12 itens, cinco destes depende de amparo legal para que sejam atendidos, ou seja, não pode ser resolvido de imediato pela Prefeitura. Os demais, são, segundo o procurador do município, questões pontuais que não justificam uma paralisação.

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