PSB admite desobedecer orientação nacional e lançar Lídice em 2014

Lilian Machado

Partido que tem em seu comando a senadora Lídice da Mata (um dos nomes mais fortes da base estadual para disputar a sucessão ao governo), o PSB não descarta seguir desalinhado da sigla em âmbito nacional, em 2014. Apesar do apelo do partido, do próprio desejo da senadora e da conjuntura que a favorece – ela vem sendo bem colocada nas pesquisas, estando, inclusive, à frente dos pré-candidatos do PT –, há a possibilidade de o PSB não constituir palanque na Bahia para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional da sigla, que articula uma possível candidatura à Presidência da República.

Nos bastidores, a questão abre espaços para rumores de possíveis desgastes entre o comando estadual do PSB e o diretório nacional. Diante disso, publicação do site Política Livre nessa quarta-feira (31/7) também indicava que o governador Jaques Wagner (PT) teria se convencido de que Lídice não terá outra escolha a não ser a candidata ao Palácio de Ondina no ano que vem, mudando os planos da chapa que seria liderada pelo secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT).

Conforme avaliações preliminares, a consequência da não postulação de Lídice seria a perda do comando da agremiação na Bahia.

Em conversa com a reportagem da Tribuna, a senadora, embora tenha enfatizado que a conjuntura ainda está aberta, sem nenhuma conclusão, sinalizou que “tudo pode acontecer”. Questionada sobre a possibilidade de ser punida, caso não se candidate, implicando na restrição de espaço para o seu líder Eduardo Campos fazer campanha na Bahia, Lídice considerou que são suposições. Mas alertou que ainda está cedo. “Tudo são hipóteses. Está aí a dificuldade de falar. Se isso acontecer, vamos discutir no momento em que acontecer”, afirmou.

Candidatura própria é cogitada

Segundo Lídice, por enquanto não há nenhuma ameaça de saída da direção estadual do PSB. “As intervenções nos diretórios estaduais já existiram. Não há nenhuma mudança”, disse, citando apenas o caso do diretório de Minas Gerais.

Apesar do cenário duvidoso, a líder socialista deixou clara a vontade em torno de sua candidatura. “A direção do partido quer. Nós estamos discutindo isso há algum tempo e todos querem ter uma candidatura própria. Nosso partido tem condições de pleitear isso na base, mas não posso me arvorar em dizer agora que sou candidata a todo custo”, afirmou. Embora demonstrando entusiasmo com as boas avaliações populares que tem obtido junto aos institutos de pesquisa, ela pondera ao dizer que não vão ser apenas as pesquisas que vão definir a postulação. “Fico agradecida ao povo da Bahia, mas não dá para tirar uma conclusão daí. Isso é apenas um vestígio do processo eleitoral”.

Lideranças do partido fazem coro para que a candidatura se concretize. “Todos têm esse sonho. Política é força. Se continuarmos crescendo podemos chegar para o PT e abrir a candidatura”, disse o secretário-geral, Rodrigo Hitta. Entretanto, usa o tom cuidadoso ao dizer que “o partido tem lado e não vai fazer oposição ao governo Wagner”. O deputado estadual Capitão Tadeu vai ainda mais longe ao afirmar que a candidatura da senadora é “irreversível”. “Ela não pode perder o bonde da história. Esse é o grande momento dela e do partido”, frisou.

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