Professora Bruna refuta informações da secretária de Educação de Prado sobre o ensino médio de veleiros

NILSON CHAVES - COCOBONGO 

A vereadora pelo município de Prado, Professora Bruna Giorno Bomfim Santana (PC do B), convocou a imprensa para uma entrevista coletiva em sua casa na tarde desta quinta-feira (05/04). O objetivo foi o de prestar esclarecimentos sobre uma matéria veiculada em alguns veículos, responsabilizando a então secretária de Educação Bruna por possíveis irregularidades no ensino médio disponibilizado aos alunos da comunidade de Veleiros, na região de Corumbau, município de Prado. 

A matéria em questão, que tinha como manchete “Estudantes de Corumbau dizem sentir-se enganados pela ex-secretária de Educação Bruna Giorno”, afirmava que a ex-secretária e, atual vereadora, agiu de má-fé com os referidos alunos. Ainda de acordo com a matéria, professora Bruna seria a responsável pela implantação do ensino médio, na Escola Municipal Santa Rita de Cássia, em Veleiros, entretanto, o próprio texto se contradiz quando informa, acertadamente, que o curso funcionou como uma extensão do Colégio Estadual Homero Pires, de responsabilidade do Governo estadual. 

Está no texto mencionado que os alunos foram vítimas de um imbróglio, uma vez que não conseguiram o histórico escolar por não estarem matriculados no sistema da Secretaria Estadual de Educação. As informações contidas na matéria foram referendadas pela atual secretária municipal de Educação de Prado, Ivana Pires Brito, mãe da prefeita Mayra Brito, que chegou a afirmar que “os registros dos alunos nunca existiram para a Secretaria Estadual de Educação, cujas matrículas são feitas no sistema online”. 

Na própria matéria, a atual secretária ainda se esquiva da responsabilidade social de levar o ensino médio às comunidades do interior do município, justificando que a região de Corumbau só terá o ensino se for da vontade do Estado, que é responsável por essa modalidade de ensino. “O governo municipal cuida da educação básica e fundamental, conforme prevê a Lei de Diretrizes da Educação (LDB)”, diz a matéria. E continua: “Por fim, Ivana esclareceu que a prefeita Mayra Brito não acabou com o ensino médio de Corumbau, até porque ele nunca existiu de fato, nem de direito”. 

Para a vereadora, algumas informações divulgadas na matéria foram distorcidas, ela reclamou que em momento algum foi procurada pelo “jornalista” autor do texto, por isso, prestou queixa na delegacia e já procurou seus advogados com o objetivo de responsabilizar os veículos que geraram a matéria para a mídia regional. “acho que antes de divulgar alguma coisa o profissional tem que ouvir todos os lados, todas as partes”, pondera. 

Servidora pública do município, concursada, Bruna Giorno Bomfim Santana foi secretária nos anos de 2010, 2011, até o final do mês de março de 2012, quando deixou a Pasta por força de lei eleitoral (desincompatibilização). Durante a entrevista, ela falou aos profissionais que por várias vezes esteve na Secretaria de Educação na atual gestão, conversou com funcionários, e não foi informada sobre nenhum problema relacionado ao Projeto Ensino Médio com Intermediação Tecnológica (Emitec) nas comunidades de Veleiros e Limeira. 

Ela deixou claro que estranha o fato de essa história, que segundo ela não é verdadeira, só venha à tona quatro meses depois de um início de governo e acredita que seja pelo fato de ela ser a líder da oposição na Câmara e estar atuando com empenho em defesa da população, o que tem incomodado a atual prefeita, “se isso foi uma tentativa de represália política para que eu me cale ou fique quieta, essa tentativa foi por água abaixo”, assegurou. 

A vereadora esclareceu que o Emitec é um projeto da Secretaria de Educação do Estado da Bahia e foi implantado em duas regiões de Prado por iniciativa da 9ª Diretoria Regional de Educação e Cultura – DIREC-09, no ano de 2009, quando o secretário de Educação era o professor George, hoje aliado político da atual prefeita. 

“Na época eu era Diretora de Educação Básica, quando o professor George saiu da Secretaria de Educação para assumir a Secretaria de Finanças eu assumi a Secretaria de Educação do município e dei continuidade nos trabalhos de implantação do projeto, porém, como parceira, porque a participação do município no Projeto é apenas pagar os professores”, pontuou, acrescentando que na ocasião teve acesso a documentação do programa, participou do levantamento de alunos juntamente com o professor Manoel, então vice-diretor do Homero Pires e, inclusive, acompanhou a entrega de carteiras escolares na unidade de Veleiros provenientes do Estado por conta do programa. 

Ela destacou que não pode ser responsabilizada pela execução do Projeto, haja vista que este funcionou como extensão do Colégio Estadual Homero Pires, “como eu posso ser responsável pelas matrículas dos alunos de uma escola do estado, de um Programa do Estado, se eu sou secretária do município”, questiona. A professora assegurou que, no governo passado, o papel do município no Programa foi cumprido em sua totalidade e afirmou que essa “estratégia” da atual secretária da Educação caracteriza uma cortina de fumaça objetivando o fim do Emitec em Veleiros para não ter que pagar os provimentos do ensino médio na região do Corumbau. 

“Quando a secretária Ivana afirma na matéria que a prefeita Mayra não acabou com o ensino médio de Corumbau, até porque ele nunca existiu de fato e nem de direito, isso é uma mentira, o ensino médio existia sim e ela deixa claro que ‘não vai levar o Emitec a diante’, isso sim é algo preocupante. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação diz que o Governo Federal é o responsável pelo Ensino Superior, o Governo do Estado se responsabiliza pelo ensino médio e os municípios são os responsáveis pelo ensino fundamental, mas isso não proíbe o município de atuar no ensino médio, de levar o ensino médio as suas regiões mais distantes onde o Estado não está chegando, tanto é, que nós temos aqui em Prado, nos distritos de Guarani e Cumuruxatiba o ensino médio em escolas do município”, ressalta. 

Ela também refutou a informação de que os alunos vão ficar sem o diploma, “isso também não é verdade”, disse, esclarecendo que conversou com o Professor Marcos Lemos, ex-coordenador na DIREC-09 que, por sua vez deixou claro que o município fez um favor para o Estado e mesmo que tivesse alguma irregularidade, o que não há, a responsabilidade seria da DIREC e não do município. Além disso, o vice-diretor da Escola Estadual Homero Pires à época, professor Manoel, esclareceu que as matrículas não foram feitas online por determinação do técnico Dênis da DIREC. A, então, diretora da Escola, Professora Dinorah, confirmou a informação do ex-vice-diretor e acrescentou que toda a documentação dos alunos de Veleiros estava na escola enquanto ela foi diretora. 

“Se os alunos de Veleiros estão tendo alguma dificuldade em obter seus diplomas e a atual secretária de Educação não dispõe de condições para ajudar esses alunos, eu me proponho ajudá-los, até testemunhar em favor deles e, tenho certeza que eles não vão ficar sem os diplomas, porque existe inclusive a ata de resultados finais do curso na DIREC, como me confirmou o professor Marcos Lemos”, concluiu. 

O professor Marcos Lemos, ex-coordenador de setor na DIREC-09, foi quem coordenou todo o processo de implantação e execução do Emitec em Veleiros e Limeira, ele estaria participando da entrevista, mas teve um contratempo e não pôde se fazer presente. Atualmente ele é assessor da Prefeitura Municipal de Teixeira de Freitas. Durante a entrevista, a vereadora ainda fez questão de responder a todas as questões colocadas pelos jornalistas, não se esquivou de nenhuma pergunta e também não discriminou nenhum veículo.

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