Prefeitura de Itamaraju autoriza pagamento dos servidores da Educação
POR NILSON CHAVES
Um
montante próximo de R$ 3 milhões referentes ao pagamento do salário retido e da
remuneração do mês de junho dos servidores da Educação deve movimentar a
economia do município nos próximos dias. Por conta da paralisação, os
servidores não receberam o salário integral do mês de maio e o pagamento de
junho ainda não havia sido liberado pela mesma razão.
No
entanto, a secretária de Finanças do município, Lucilene Alves Curvelo,
informou hoje pela manhã que a autorização de liberação do pagamento foi
mandada hoje para a agência de Itamaraju do Banco do Brasil, detentora das
contas-salários dos servidores. A expectativa é a de que o dinheiro liberado
possa proporcionar um aquecimento no comércio de Itamaraju.
Ainda
de acordo com a secretária, os salários não foram liberados antes por conta do
impasse ocasionado pela Lei Eleitoral, “assim que foi definido qual seria o
percentual, nós iniciamos os trabalhos de atualização da folha de pessoal e,
quando os trabalhos foram concluídos, encaminhamos a autorização para o banco”,
informou Curvelo.
Os
servidores da Educação do município de Itamaraju aceitaram na semana passada os
6,5% oferecidos pela Prefeitura Municipal de Itamaraju. O percentual de
reajuste repõe as perdas salariais com a inflação, ocorridas em 2011, e era o
único possível de ser dado, de acordo com a legislação eleitoral.
O
novo reajuste foi votado e aprovado na Câmara Municipal na sexta-feira passada,
29 de junho. Antes do Projeto de Lei ser encaminhado para apreciação dos
vereadores, a APLB/Sindicato voltou a sentar com os representantes da
Prefeitura e exigiu que a reposição das perdas salariais fosse retroativa à
janeiro deste ano, o que foi aceito pela Prefeitura.
Desta
forma, com 6,5% de reajuste, mais 6,5% retroativo a janeiro que será pago de
forma parcelada até dezembro, as remunerações dos servidores serão acrescidas
de 13% em cada mês.
A
princípio, a categoria já havia se manifestado contrária ao reajuste de 6,5%,
chegando inclusive a pedir aos vereadores que se posicionassem contra ao
Projeto de Lei que autorizava o reajuste. Entretanto, depois de tomar ciência
que não havia outra alternativa ao gestor, a categoria resolveu voltar atrás e
aceitar o percentual.
A
novela da mobilização já se arrastava por vários dias. No dia 15 de junho foi
assinado um acordo que representaria o fim da greve. No acordo assinado entre a
Prefeitura e a APLB/Sindicato ficou definido que os servidores do quadro
suplementar seriam contemplados com 22,22% de reajuste. Os demais servidores
seriam contemplados com um percentual menor, 11%.
Tudo
caminhava para o fim do impasse, os servidores chegaram inclusive a voltar às
salas de aula, mas, para surpresa de todos, incluindo da Administração
Municipal, o PL não foi votado no dia 19, porque, ao ser analisado pelo advogado
Esterfeson Fontes Marcial, Assessor Jurídico da Câmara, foi detectado que o
referido PL feria a legislação eleitoral.
A
PMI foi comunicada do impasse e acionou seus advogados buscando um parecer
jurídico sobre o assunto. Infelizmente, o parecer assinado por dois dos mais
renomados advogados do estado, Luiz Viana Queiroz e Mauricio Oliveira Campos,
só confirmava o que havia sido dito por Marcial.
Os
advogados informaram no parecer que a Lei 9.504/97 (Lei Eleitoral) em seu
Artigo 73, diz no Inciso VIII que é proibido ao agente público, fazer, na
circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos
que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da
eleição, a partir do início do prazo estabelecido na Lei e até a posse dos
eleitos.
Com
isso, o único reajuste possível era o de 6,5%, referente às perdas salariais
ocorridas no ano passado. Dessa forma, a mobilização dos professores não tinha
mais como alcançar seu objetivo, o reajuste de 22,22%. Isso deve ter pesado
para o fim da mobilização.
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