Vacinação contra a gripe começa neste sábado


Por Amanda Costa, da Agência Saúde

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, lançam, neste sábado (05), no Rio de Janeiro (RJ) e em Porto Alegre (RS), a 14ª Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe. No primeiro dia da campanha, o chamado “Dia D de Mobilização”, 65 mil postos de todo o país estarão abertos das 8h às 17h para atender o público-alvo: idosos a partir de 60 anos, trabalhadores de saúde, crianças entre seis meses e dois anos, gestantes, povos indígenas. A campanha acontece no período de 5 a 25 de maio em todos os estados brasileiros.

Na Bahia serão aproximadamente 7.500 postos – entre fixos e volantes – para atendimento. Este ano a Secretaria da Saúde do Estado (SESAB), por meio do Programa Estadual de Imunizações, tem a meta de imunizar, até o final da campanha no dia 25 deste mês, 80% ou mais da população alvo, que inclui pessoal da área de saúde.

A expectativa é que sejam vacinadas 2.219.596 pessoas – 1.398.035 idosos com 60 anos ou mais, 190.283 trabalhadores da saúde, 332.535 crianças menores de 2 anos, 273.510 gestantes e 25.233 indígenas. No ano passado, 250 municípios alcançaram a meta vacinal.

A Sesab pretende, com a nova campanha, reduzir a morbimortalidade e as internações causadas pela influenza (gripe), na população a partir dos 60 anos, crianças de 6 meses a menores de 2 anos, gestantes, profissionais de saúde e indígenas. Mais de 25 mil pessoas, entre profissionais e voluntários, estarão trabalhando no sábado. No ano passado, 1.783.427 pessoas foram imunizadas durante a campanha.

CAMPANHA

O Ministério da Saúde adquiriu 33,9 milhões de doses da vacina contra a gripe, ao custo total de R$ 260 milhões. Também foram encaminhados R$ 24,7 milhões do Fundo Nacional de Saúde para que as secretarias de saúde estaduais e municipais pudessem viabilizar a campanha, cobrindo despesas com aquisição de seringas e agulhas e deslocamento de equipes, por exemplo.

Para atender a população em todo o país, cerca de 240 mil profissionais do SUS devem estar envolvidos na campanha de vacinação, entre agentes comunitários, enfermeiros, médicos, entre outros. A campanha também contará com mais de 27 mil veículos terrestres, fluviais e marítimos, para que a vacina chegue até os povoados mais distantes.

Para reduzir casos graves, pneumonias e óbitos por gripe, além da distribuição das doses de vacina, o Ministério da Saúde garante o acesso ao tratamento precoce e profilaxia de pessoas com maior risco com o antiviral Oseltamivir. Todos os estados estão abastecidos com o medicamento.

PÚBLICO ALVO

IDOSOS – após os 60 anos, o risco de se contrair infecções respiratórias são maiores. O vírus influenza é responsável por 75% dessas infecções. Desde 1999, quando este grupo passou a ter acesso a vacina, houve queda de 45% no número de hospitalizações por pneumonias e redução de 60% na mortalidade entre os residentes em casas de repousos e/ou asilos.

GESTANTES – não há nenhuma contra-indicação à vacinação de gestantes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O percentual de casos de gestantes entre as mulheres em idade fértil foi de 17% em 2009, 35,6% em 2010 e de 36,7% em 2011.

CRIANÇAS DE 6 MESES A MENOS DE 2 ANOS – Menores de 6 meses de idade não devem tomar a vacina, porque não há estudos que comprovem a qualidade da resposta imunológica, ou seja, a proteção não é garantida. Assim como nos idosos, as infecções respiratórias constituem um conjunto de doenças comumente relacionadas às crianças menores de dois anos, sendo o vírus da influenza responsável por 75% dos casos. Os pais devem estar atentos para a vacinação dos filhos. Crianças vacinadas pela primeira vez deverão tomar duas doses, com 30 dias de intervalo. Já as crianças que receberam uma ou duas doses da vacina em 2011 deverão tomar apenas uma dose neste ano.

INDÍGENAS – a população indígena que vive em aldeias é sempre considerada grupo prioritário na prevenção de qualquer doença respiratória, seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde. Isso decorre da maior vulnerabilidade biológica deles a essas doenças e à dificuldade de acesso a unidades de saúde.

POPULAÇÃO CARCERÁRIA – pela primeira vez, a população prisional receberá as doses da vacina contra a gripe, já que as condições de habitação e confinamento deste público colaboram para uma maior vulnerabilidade para algumas doenças.  A vacinação deste grupo acontecerá logo após o término da campanha, devido a questões operacionais e de organização dos estados e municípios. Cabe as secretarias locais de Saúde e Justiça traçar as estratégias de mobilização para atender aos cerca de 500 mil presos e agentes que fazem atendimento a este público. Pessoas com comorbidades também podem ser vacinadas, a critério médico, nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) durante todo o ano.

TRABALHADORES DE SAÚDE – em razão das suas funções, este público está sob potencial risco de se infectar com os vírus causadores da influenza.São aqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde atuando na recepção, atendimento e investigação de casos de infecção respiratória nos serviços públicos e privados.Por isso, a vacinação desse grupo garante o funcionamento dos serviços de saúde e atendimento a população.

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