SAÚDE DA MULHER: Bahia registra queda de 26% na mortalidade materna
Para melhorar o atendimento à gestante e reduzir ainda mais
o número de óbitos maternos, o Ministério da Saúde vai intensificar ações da
Rede Cegonha no estado
Fabiane Schmidt e Tinna Oliveira, da Agência Saúde
Bahia registrou a redução de 26% no número de casos de
mortalidade materna em 2011. De janeiro a setembro de 2011, o estado
contabilizou 90 óbitos de mulheres decorrentes de complicações na gravidez e no
parto, 32 casos a menos em relação ao mesmo período do ano anterior. Bahia
acompanha a tendência de queda detectada no Brasil em 2011, primeiro ano de
funcionamento do programa Rede Cegonha, do Ministério da Saúde.
No Brasil, entre janeiro e setembro do ano passado, foram
registrados 1.038 óbitos maternos, o que representa redução de 21% em
comparação ao mesmo período de 2010, quando 1.317 mulheres morreram por estas
causas.
Lançada em março do ano passado, a Rede Cegonha já destinou
R$ 2,5 bilhões para qualificar a assistência à mulher e ao bebê. Na Bahia, já
foram destinados R$ 35,1 milhões anuais para qualificação de leitos. A Rede
Cegonha também está presente em diversas cidades baianas, 61 municípios receberam
recursos para atendimento pré-natal e outros 153 para realização de teste
rápido de gravidez nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Também está prevista a
publicação de recursos para mais 368 cidades do estado.
“O desafio existe. Nosso esforço é para impedir mortes
maternas evitáveis, em parceria entre o governo federal, os estados e os
municípios. A Rede Cegonha é uma importante aliada da mulher, pois oferece
cuidados integrais à saúde da mulher e da criança”, destacou o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, durante a apresentação dos dados em videoconferência
do Ministério da Saúde com as Secretarias Estaduais de saúde.
O encontro, que ocorrerá periodicamente, permitirá melhor
acompanhamento das avaliações do óbito materno e compartilhamento das ações de
enfrentamento.
ESTRATÉGIA – A Rede Cegonha busca assegurar e prevê a
expansão e qualificação de maternidades; leitos; Centros de Parto Normal; Casas
da Gestante, do Bebê e Puérpera; o direito ao acompanhante no parto; exames de
pré-natal; planejamento familiar, acompanhamento das crianças até os 2 anos de
idade, entre outras ações. Todos os estados e o Distrito Federal já aderiram à
Rede Cegonha.
Outra novidade é a distribuição - para todas as Unidades
Básicas de Saúde (UBS) que realizam o pré-natal - do sonar, equipamento para
auscultar ouvir e monitorar o coração do bebê ainda na barriga da mãe e
verificar as condições físicas dele. Já foram entregues mais de seis mil
sonares para os estados da Bahia e Pernambuco. Nos próximos meses serão entregues
19,3 mil nas regiões Norte e Nordeste.
A Rede Cegonha também auxilia as gestantes no deslocamento
para as consultas de pré-natal. Até o momento, 1.291 gestantes estão
cadastradas em 59 municípios de 11 estados para receberam o auxílio de até R$
50,00.
SERVIÇO - O Ministério da Saúde também quer conhecer cada
mulher que teve seu filho no SUS e saber como foi o atendimento recebido
durante toda gestação, parto e pós-parto. A Ouvidoria Geral do Ministério da
Saúde está ligando para essas mães avaliarem os serviços prestados. Já existem
mais de 75 mil mulheres cadastradas.
SÉRIE HISTÓRICA - A redução de 21% na mortalidade no Brasil
em 2011 é um marco histórico, que aprofunda vigorosamente a tendência
registrada nos últimos anos - de 1990 a 2010, o indicador caiu à metade: de 141
para 68 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos. No período, houve diminuição
em todas as causas diretas de mortalidade materna: hipertensão arterial
(66,1%); hemorragia (69,2%); infecções pós-parto (60,3%); aborto (81,9%); e doenças
do aparelho circulatório complicadas pela gravidez, parto ou pós-parto (42,7%).
Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Fundo
das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Fundo de População das Nações
Unidas e o Banco Mundial Organização das Nações Unidas (ONU), publicado neste
mês de maio, também registrou a queda de 51% do número de óbitos maternos neste
período no Brasil.
Em 2008, o Ministério da Saúde assumiu o gerenciamento das
investigações das mortes de mulheres em idade fértil – entre 10 e 49 anos.
Todos os casos são analisados por equipes de vigilância dos estados e dos
municípios, e as informações repassadas ao órgão federal. A intenção é avaliar
as causas e circunstâncias da morte e verificar se os casos foram gerados por complicações
gestacionais.
Para melhorar o acesso, a cobertura e a qualidade da atenção
à saúde materna, principalmente às gestantes de risco, a notificação está sendo
aperfeiçoada com o novo Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e
Acompanhamento da Gestante e Puérpera para Prevenção da Mortalidade Materna.
Também está prevista a criação de comissões responsáveis por manter atualizadas
as informações cadastrais de todas as gestantes atendidas pela referida unidade
de saúde.
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